Nossa Visão - Liderança:
Ser instrumento de Deus para o crescimento espiritual e pessoal de cada Adolescente.

Nossa Missão - Liderança:
Capacitá-los para desenvolverem seus dons espirituais manifestos e latentes na igreja e também na sociedade para serem agentes de transformação.

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terça-feira, 10 de maio de 2011

Congresso dos Marcados 2011!

Acontecerá esse mês, nos dias 14 e 15, mais um evento dos Marcados - Ministério de Adolescentes da Igreja Batista Memorial da Tijuca, vem aí o Congresso Marcados 2011 - Siga-me! Preletores: Pr. Gustavo Legal (14/05), Sergio Dias (15/05) e Pr. Henrique Araújo (15/05) e participação especial do Coro Jovem Memorial. Você não pode ficar de fora!!

Dia 14/05 às 18:30 Hs.
Dia 15/05 às 9:00 e 19:00 Hs.
Igreja Batista Memorial da Tijuca - Rua Conde de Bonfim, 789 - Tijuca.

domingo, 27 de março de 2011

Mova-se somente quando Deus falar!

O livro de Gênesis, no capítulo 7, fala do Dilúvio, Noé, Obediência e muito mais! Porém, podemos tirar uma lição muito grande deste capitulo, onde diz: "Mova-se somente quando Deus falar!"

Noé em todo tempo fez o que Deus lhe ordenara, ou seja, não fazia nada sem Ele ordenar.
No capitulo 6, versículo.14, Deus ordenou que ele pegasse madeira boa e construísse uma barca, com divisões e tal... E enviou as medidas também. Que coisa interessante!

Noé levou alimentos, animais e sua família. Enfim, cumpriu tudo o que Deus pediu. E por fim, no capitulo 8, Deus se lembra de Noé. E, mais uma vez, no versículo 15, obedece ao Senhor: "Saia da barca, você, sua família e todos os animais, e espalhem e tenham crias para encherem a terra". Noé ficou um 1 ano e 17 dias dentro da arca e só saiu quando Deus falou!

Ao final desta história tiramos grandes lições: Obediência a Deus, não reclamar e agir somente quando Ele falar.
Assim, temos confiado plenamente em Deus, a ponto de sermos como Noé, um filho obediente, ou fazemos as coisas de nossa maneira, dando "jeitinhos" para tentar chegar logo em algum lugar? Temos esperado Deus falar conosco 1 dia, 1 mês ou até mesmo 1 ano?

Lembre-se sempre que a vontade de Deus para nossas vidas é boa, agradável e perfeita (Romanos 12).
Vamos refletir mais na vida de Noé e tentarmos colocar em prática esta grande lição que Deus quer para nossas vidas. Com certeza o Senhor tem grandes planos para nossa vida e Ele quer o melhor para todos nós!

De: Simone Toledo Dias


 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Convite Alta Frequência!!


Galeraa!!
Neste sábado, dia 4/12, vai acontecer na nossa igreja mais um evento dos Marcados.
Vem aí o Alta Frequencia! É parecido com o programa Altas Horas.
Teremos vários convidados, entre eles Pr. Gustavo Legal - da banda os Nazarenos, Banda Yachidi, Grupo Cristão de Teatro trazendo a Comédia em pé, entre outros.
Será um programa bem descontraído, saindo um pouco da nossa rotina.
Confere aí o nosso convite e o link do vídeo promocional:



Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=H3OI5z0kLVc

Esperamos por você na Rua Conde de Bonfim, 789 - Tijuca, no dia 4/12 às 18 hs!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Convite Louvorzão 2010!


Na próxima sexta-feira, dia 5 de novembro, haverá em nossa igreja mais um evento promovido pelos Marcados, vem aí o Louvorzão 2010 – A noite do flashback.

Será uma noite de muito louvor e adoração ao único digno de honra e glória: Jesus. Além da banda do nosso Ministério, contaremos com a presença de Marcio Britto, pastor de jovens e adolescentes da Nova Vida da Tijuca, e sua banda animando a galera e trazendo uma Palavra de Deus aos nossos corações.

Com certeza sairemos de lá grandemente abençoados e com as forças renovadas, portanto, não perca!

Louvorzão 2010 – A noite do flashback
Dia 5 de novembro – 19 hs
Rua Conde de Bonfim, 789 – Tijuca.


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Toda a verdade foi revelada! Parte 2!


Logo após o grupo de artes, o ilusionista, Alexandre Biuzo, hoje cristão e que por muito tempo se apresentou para multidões sem conhecer a Cristo, se apresenta em diversas igrejas pelo Brasil falando, com as suas mágicas, do amor de Deus.

Começou sua apresentação dizendo: “Eu não curo enfermos, não faço multiplicação de dinheiro, isso quem faz é Deus!”. E então foi para a primeira mágica, do lenço, e mostrou que não precisa mentir para impressionar ninguém.


“Mesmo se nós não mudarmos, não nos arrependermos, Deus está sempre disposto a nos dar uma nova chance”, disse, ilustrando com o truque da corda em que ela se partia ao meio e logo depois estava inteira novamente.



O publico estava bem atento a tudo que ele falava e a cada número era aplaudido. “A estrela não sou eu, é Ele, (...) toda honra e toda glória seja dada ao Senhor”.

As mágicas da mesa que flutua, das bolinhas vermelhas, do jornal picado que vira um novinho e da pomba, onde demonstrou que quando alguém a aceita a Jesus “tudo se faz novo em sua vida”, arrancaram aplausos e expressões de surpresa pela qualidade.

Enfim, naquele dia, Toda a Verdade foi revelada! Se você não foi, confira fotos e vídeos em nossos perfis na internet ORKUT / YOUTUBE (clique na palavra).

Deus te abençoe!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Toda a verdade foi revelada! Parte 1!

O “Culto Mágico” no último sábado, 16, foi um evento promovido pelo Ministério de Adolescentes, que levou um ilusionista, cristão, para fazer seus números e, ao mesmo tempo, falar do amor de Deus.

Todos estavam numa expectativa muito grande, uma novidade na igreja, pois há meses se falava sobre isso. O culto foi muito bem divulgado, com distribuição de mais de 2 mil panfletos nos arredores da igreja, na famosa Praça Saens Peña e na porta de shoppings do bairro, pelo GT (grupo de trabalho) de evangelismo.

Chegou o grande dia e, desde muito cedo, os adolescentes e a liderança estavam na igreja preparando e arrumando cada detalhe para a noite. A equipe estava certa de que Deus estava no controle de tudo.

Quando o relógio marcou, enfim, 19 horas, um grande número de pessoas já estava na igreja aguardando o início. E a cada minuto mais pessoas chegavam, a maioria visitantes. O GT de música ministrou alguns louvores, levando todos os presentes à adoração.

  

 
Depois foi a vez do GT de artes, apresentando o que eles ensaiaram há semanas. A apresentação arrancou aplausos e lágrimas dos presentes que, entusiasmados pediram “bis”, pois realmente ficou muito lindo e, com certeza, tocou a cada um que estava presente. Foi um grande prazer para o GT de artes apresentar tudo novamente ao final do culto.

 
Aliás, vale ressaltar que os ensaios não foram fáceis. O grupo completo só conseguiu ensaiar junto na quinta-feira, dois dias antes ao evento. Além disso, no ensaio geral a luz negra, fundamental para a coreografia, queimou e todos ficaram tristes, pois a expectativa pelo último ensaio, com toda a produção, era grande. As lâmpadas foram providenciadas rapidamente e, então, o ensaio prosseguiu. O ensaio foi muito legal e pudemos experimentar um pouquinho do que aconteceria no sábado.

Deus te abençoe!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Olá Pessoal!

Depois de muito tempo sem postagens, o nosso Blog voltará à ativa e com um novo visual!
Estaremos contando tudo o que está acontecendo no ministério, nossos cultos e outras programações e também contar o que Deus tem feito na nossa vida a cada dia.
Em breve, teremos uma matéria sobre o culto mágico que aconteceu em nossa igreja no último sábado (16).
Aguardem!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O sexo triste dos jovens, por Lya Luft

"A nós, adultos, cabe não desviar os olhos, mas trabalhar na esperança de que um dia nossos adolescentes conheçam o sexo com ternura"

Procuro ser aberta ao novo, ao que me agrada no novo e também ao que exige um certo tempo para ser assimilado. Às vezes há o que não vale a pena ser assimilado, então, vou buscar outras paisagens. Eventualmente não sabemos se vale ou não, então, a gente fica humilde e espera. Uma novidade (para mim) espantosa, narrada e confirmada em mais de um lugar no país, é dessas que não quero assimilar. Se possível, enterrava numa cova funda, varrida para baixo de mil tapetes, fazia de conta que não existia: o sexo (ou simulacro de sexo) sem encanto, sem afeto, sem tesão, o sexo triste ao qual são coagidos pré-adolescentes, quase crianças, em famílias de classe média e alta. Essas que pensamos estar menos expostas às crueldades da vida.
Talvez eles não precisem comer lixo, correr das balas dos bandidos, suportar brutalidades e incestos, tanto quanto os mais desvalidos. Seu mal vem sob outro pretexto: o de ser moderno e livre, ser aceito numa tribo, causar admiração ou inveja. Cresce, que eu saiba, o número de meninas de 12 a 14 anos grávidas. O impensável ocorre muitas vezes em festinhas nas quais se servem bebidas alcoólicas (que elas tomam, ou pagariam mico diante das amigas, e com essa desculpa convencem os pais confusos), não há nenhum adulto por perto (seria outro mico, e assim elas chantageiam os pais omissos), e ninguém imaginaria o que ia rolar.

Nessas ocasiões pode rolar coisa assombrosa sob o signo da falta de informação, autoridade e ação paternas. Nem sempre, mas acontece. Crianças bêbadas no chão do banheiro de clubes chiques, adultos cuidando para não sujar o sapato no vômito não são novidade (ambulância na porta, porque algumas dessas meninas ou meninos passam mal de verdade); quantas meninas consigo beijar na boca numa festinha dessas? Em quantos meninos consigo fazer sexo oral? Sexo que vai congelando as emoções ou traz uma doença venérea, quem sabe uma absurda gravidez – interrompida num aborto, de sérias consequências nessa idade, ou mantida numa criança que vai parir outra criança.

"Roubaram a sexualidade desses meninos", me diz uma experiente terapeuta. Não deixaram tesão nem emoção, mas uma espécie de agoniado espanto, nessas criaturas inexperientes que descobrem seu corpo da pior maneira, ou aprendem a ignorá-lo, estimuladas ou coagidas por incredulidade ou fragilidade familiar, pelo bombardeio de temas escatológicos que nos assola na TV e na internet, com cenas grotescas, gracejos grosseiros em torno do assunto – "valores" e "pudor", palavras hoje tão arcaicas. Efeito da pressão de uma sociedade imbecilizada pela ordem geral de que ser moderno é liberar-se cada vez mais, sem saber que dessa forma mais nos aprisionamos. Precisamos estar na crista da onda em tudo, tão longe ainda da nossa vida adulta: sendo as mais gostosas e os mais espertos, desprezando os professores e iludindo os pais, sendo melancolicamente precoces em algumas coisas e tão infantilizados e ignorantes em outras, nisso incluindo nosso próprio corpo, emoções, saúde e vitalidade.

A nós, adultos, cabe não desviar os olhos, mas trabalhar na esperança (caso a tenhamos) de que nossos adolescentezinhos, às vezes ainda crianças, vivam de maneira natural essa delicada fase, e um dia conheçam o sexo com ternura, na tesão de sua idade – forte e boa, imprevista e imprevisível, com seu grão de medo e perigo, beleza e segredo. Que essas criaturinhas sejam mais informadas e mais conscientes do que, muito mais protegidas que elas, nós éramos. Mas seguras e saudáveis, não precisando lesar sua bela e complexa intimidade com tamanha violência mascarada de liberdade ou brincadeira. Sobretudo, sem serem estimuladas a lidar de modo tão insensato com algo que pode lhes causar traumas profundos, ou anular um aspecto muito rico de sua vida. É difícil, mas a gente precisaria inventar um movimento consciente, cuidadoso, responsável, contra essa onda sombria que quer transformar nossas crianças em duendes pornográficos, deixando feias cicatrizes, e fechando-lhes boa parte do caminho do crescimento e do aprendizado amoroso.

Fonte "Lya Luft"

domingo, 2 de maio de 2010

O Salmo 73 e os dias atuais.


O Salmo 73 e os dias atuais

Fiz uma reflexão no texto acima, baseado numa aula no Seminário Betel/RJ, onde estudo. O autor, Asafe, salmista de mão-cheia, revela certas amarguras incomuns (ou nem tanto) para alguém que vivia no templo e no serviço do Senhor. O texto tem muitas coisas em comum com os dias de hoje do que pensamos...

1)Asafe sabia quem é Deus
Isso ele deixa claro já no versículo 1. Deus é verdadeiramente bom. Para com ele, comigo, com você e, talvez fique chocado, até com os que não O seguem. Essa verdade tem ficado de lado no meio evangélico. Hoje, bons são os líderes (nem os chamo mais de pastores, pois isso eles não são e ainda queimam o bom nome dessa vocação importante). Infalíveis, irrefutáveis. Suas palavras são mais importantes que a Palavra. Deus os obedece, e também àqueles que seguem suas sandices.

2)Asafe começa a desviar o foco de Deus e passa a olhar o “sucesso” dos ímpios
Ele fala de sua amargura por ver as conquistas, sucessos, prosperidade dos ímpios, maus, perversos... Seus olhos não estavam mais em Deus, mas nas circunstâncias. Essa é uma realidade que acontece, infelizmente, em muitas igrejas. Muito em função do que é pregado por aí, que usa e abusa do direito de manipular a mente de incautos, e até mesmo da falta de preparo teológico sobre a verdadeira essência da Palavra. Há pessoas que, ao não receberem “mais de Deus”, desviam-se por não aguentar a pressão de viver o sofrimento. Queridos, JESUS (fiz questão de colocar em caixa alta o nome dEle) disse que teríamos aflições! Ao mesmo tempo, Ele venceu o mundo e prometeu que estaria conosco todos os dias. Passar pelas lutas faz parte da vida do discípulo de Jesus. Vencê-las, por vezes, nos é possibilitado. Entretanto, nem sempre ganharemos todas. E mais: o padrão de conquistas do mundo não serve de parâmetro para o verdadeiro crente. Ter dinheiro, carro do ano, vários imóveis, um tremendo emprego, etc.; nada disso deve ser prioridade para o cristão. Eu disse prioridade. Não seria irresponsável de defender a miséria ou total celibato diante dos “prazeres do mundo”. Mas, devemos refletir sobre o verdadeiro valor e estabelecer o juízo correto sobre o que são as conquistas fáceis oferecidas aos crentes em oposição ao prêmio maior ofertado por Deus: a certeza da salvação.

3)Asafe humilha-se e reconhece sua ignorância diante de Deus
Quase no final do capítulo, o salmista faz um mea-culpa e reconhece que olhou demais para “a grama do vizinho” (terminologia bem empresarial essa, né? Rsrs...). Deus sempre nos dá uma segunda chance. Para Asafe, antes tarde do que nunca, era o tempo de reconhecer que não devia olhar para o sucesso do vizinho pois não é esse o parâmetro de sucesso que Deus escolheu para os seus. Ele deseja que nós, Seus filhos, o sigamos por amor e por confiar em sua promessa. Deus é fiel não por causa do que Ele pode te dar materialmente, mas especialmente por ter oportunizado em Cristo Jesus algo que jamais alcançaríamos: amar-nos ao ponto de enviar Seu filho para nos resgatar.

4)Asafe encerra o Salmo voltando-se totalmente para Deus
Após reconhecer que errou ao olhar para os ímpios como “modelo de sucesso”, Asafe retorna os olhos para Deus. Seu alvo era serví-Lo, anunciar Seus feitos a todos. Essa é a lição que fica para nós; regressar para Deus ainda melhores, mantermos os olhos fixos nEle e serví-Lo de maneira que outros possam ver Seu amor através de nós. Não o “sucesso” do mundo, que é medido por conquistas que hoje são grandes mas amanhã podem virar pó, mas por um sucesso com “S” maiúsculo mesmo, que é medido pela transformação do caráter, da mente, do comportamento, do coração, uma mudança interna que impacta a todos ao nosso redor.

Que possamos viver isso. Ainda que desviemos nosso olhar dEle, Ele está nos esperando, pronto para ajudar e capacitar para serví-Lo com excelência.

Texto de Sergio Dias

A cara do Brasil


A cara do Brasil
Delis Ortiz

Outro dia, ao chegar ao Rio de Janeiro, tomei um táxi. O motorista, jeito carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olho no retrovisor.

-- A senhora é de Brasília, não é?
-- Sim -- respondi.
-- É, eu a reconheci. E como é que a senhora aguenta conviver com aqueles ladrões lá do Planalto Central? Não deve ser moleza.

O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são asquerosos, corruptos... Desfiou um rosário de adjetivos comuns à politicagem nacional.

Brasília é o palco mais visível dessas mazelas e nem poderia deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só mais um crítico, aparentemente atento. E ele sabia dar nomes aos bois que pastavam tranquilamente no orçamento da união, que se espreguiçavam impunemente sob a sombra da imunidade parlamentar ou de leis feitas em benefício próprio. E que, de tempos em tempos, se refrescavam nas águas eleitoreiras.

O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada. Vi uma bandeira três em disparada.

Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel escuro, o condutor falante sugeriu um “dia sem corrupção”.

-- Já pensou -- disse ele -- se uma vez por ano esses homens não roubassem?
-- Interessante -- a exclamação me escapou aos lábios.
-- Sim -- continuou entusiasmado --, seria uma economia e tanto.

Nessa hora, me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho mais longo para o meu destino. Chegava a ser irracional a quantia de voltas para acertar o rumo. Deixei.

-- Os economistas comentam -- tagarelava ele -- que somos um país rico. Não deveria existir déficit da previdência, os impostos nem precisariam ser tão altos, o serviço público poderia ser de primeira. O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo, tamanha a roubalheira.

Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado para deputado ou senador na última eleição? Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não. Pena.

Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de plantão tecer mais comentários sobre o malfeito.

-- Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que deveriam pensar em quem tem pressa, acham que são os donos do pedaço e vão embicando seus carros, furando fila, costurando de uma faixa a outra, querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam. Mas eles fazem vista grossa para as vans que transportam pessoas ilegalmente. Elas param onde querem, estão tomando os nossos passageiros. Como não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente prefere ir de van.

Por falar em “caro”, a interminável corrida já estava me saindo um absurdo... Resolvi pontuar algumas coisas.

-- Por que o senhor escolheu o caminho mais longo?

Ele tentou se justificar:

-- É que eu estava fugindo do congestionamento.
-- Mas acabamos caindo no pior deles -- retruquei. E por que o senhor está usando bandeira três se não tenho bagagem no porta-malas nem é feriado hoje? -- continuei questionando.

Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de passageiro na volta. Claro que não, eu sabia.

Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um teste com o “probo” cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal. Ele me devolveu o troco a menos e disse que o seu talão de notas havia acabado.

-- Veja como são as coisas, seu moço -- emendei. O senhor veio de lá aqui destilando a ira de um trabalhador honesto. No entanto, se aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade, empurrou uma bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu voltas, fingiu que me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal!

O brasileiro esperto quis interromper, mas era minha vez de falar.

-- O senhor acha mesmo que ladrões são aqueles que estão em Brasília? Que diferença há entre o senhor e eles?

Eu sabia que estava correndo risco de uma reação violenta, mas não me contive. Os “homens” do Planalto Central são o extrato fiel da nossa sociedade. Quantos taxistas desse porte vemos dirigindo instituições? Bons de discursos... Na prática...

Desembarquei com a lição latejando em mim. Quantas vezes, como fez esse taxista, usamos espelho apenas como retrovisor para reter histórias alheias? Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas, onde estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho?

Sem a verdade que liberta, jamais estaremos livres de nós mesmos. Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha própria cara.


Delis Ortiz é jornalista, repórter especial da TV Globo, em Brasília. É mãe de Brenda e Bianca, e avó de Gabriel e Stella. É membro da Igreja Presbiteriana do Planalto.