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domingo, 2 de maio de 2010

O Salmo 73 e os dias atuais.


O Salmo 73 e os dias atuais

Fiz uma reflexão no texto acima, baseado numa aula no Seminário Betel/RJ, onde estudo. O autor, Asafe, salmista de mão-cheia, revela certas amarguras incomuns (ou nem tanto) para alguém que vivia no templo e no serviço do Senhor. O texto tem muitas coisas em comum com os dias de hoje do que pensamos...

1)Asafe sabia quem é Deus
Isso ele deixa claro já no versículo 1. Deus é verdadeiramente bom. Para com ele, comigo, com você e, talvez fique chocado, até com os que não O seguem. Essa verdade tem ficado de lado no meio evangélico. Hoje, bons são os líderes (nem os chamo mais de pastores, pois isso eles não são e ainda queimam o bom nome dessa vocação importante). Infalíveis, irrefutáveis. Suas palavras são mais importantes que a Palavra. Deus os obedece, e também àqueles que seguem suas sandices.

2)Asafe começa a desviar o foco de Deus e passa a olhar o “sucesso” dos ímpios
Ele fala de sua amargura por ver as conquistas, sucessos, prosperidade dos ímpios, maus, perversos... Seus olhos não estavam mais em Deus, mas nas circunstâncias. Essa é uma realidade que acontece, infelizmente, em muitas igrejas. Muito em função do que é pregado por aí, que usa e abusa do direito de manipular a mente de incautos, e até mesmo da falta de preparo teológico sobre a verdadeira essência da Palavra. Há pessoas que, ao não receberem “mais de Deus”, desviam-se por não aguentar a pressão de viver o sofrimento. Queridos, JESUS (fiz questão de colocar em caixa alta o nome dEle) disse que teríamos aflições! Ao mesmo tempo, Ele venceu o mundo e prometeu que estaria conosco todos os dias. Passar pelas lutas faz parte da vida do discípulo de Jesus. Vencê-las, por vezes, nos é possibilitado. Entretanto, nem sempre ganharemos todas. E mais: o padrão de conquistas do mundo não serve de parâmetro para o verdadeiro crente. Ter dinheiro, carro do ano, vários imóveis, um tremendo emprego, etc.; nada disso deve ser prioridade para o cristão. Eu disse prioridade. Não seria irresponsável de defender a miséria ou total celibato diante dos “prazeres do mundo”. Mas, devemos refletir sobre o verdadeiro valor e estabelecer o juízo correto sobre o que são as conquistas fáceis oferecidas aos crentes em oposição ao prêmio maior ofertado por Deus: a certeza da salvação.

3)Asafe humilha-se e reconhece sua ignorância diante de Deus
Quase no final do capítulo, o salmista faz um mea-culpa e reconhece que olhou demais para “a grama do vizinho” (terminologia bem empresarial essa, né? Rsrs...). Deus sempre nos dá uma segunda chance. Para Asafe, antes tarde do que nunca, era o tempo de reconhecer que não devia olhar para o sucesso do vizinho pois não é esse o parâmetro de sucesso que Deus escolheu para os seus. Ele deseja que nós, Seus filhos, o sigamos por amor e por confiar em sua promessa. Deus é fiel não por causa do que Ele pode te dar materialmente, mas especialmente por ter oportunizado em Cristo Jesus algo que jamais alcançaríamos: amar-nos ao ponto de enviar Seu filho para nos resgatar.

4)Asafe encerra o Salmo voltando-se totalmente para Deus
Após reconhecer que errou ao olhar para os ímpios como “modelo de sucesso”, Asafe retorna os olhos para Deus. Seu alvo era serví-Lo, anunciar Seus feitos a todos. Essa é a lição que fica para nós; regressar para Deus ainda melhores, mantermos os olhos fixos nEle e serví-Lo de maneira que outros possam ver Seu amor através de nós. Não o “sucesso” do mundo, que é medido por conquistas que hoje são grandes mas amanhã podem virar pó, mas por um sucesso com “S” maiúsculo mesmo, que é medido pela transformação do caráter, da mente, do comportamento, do coração, uma mudança interna que impacta a todos ao nosso redor.

Que possamos viver isso. Ainda que desviemos nosso olhar dEle, Ele está nos esperando, pronto para ajudar e capacitar para serví-Lo com excelência.

Texto de Sergio Dias

A cara do Brasil


A cara do Brasil
Delis Ortiz

Outro dia, ao chegar ao Rio de Janeiro, tomei um táxi. O motorista, jeito carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olho no retrovisor.

-- A senhora é de Brasília, não é?
-- Sim -- respondi.
-- É, eu a reconheci. E como é que a senhora aguenta conviver com aqueles ladrões lá do Planalto Central? Não deve ser moleza.

O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são asquerosos, corruptos... Desfiou um rosário de adjetivos comuns à politicagem nacional.

Brasília é o palco mais visível dessas mazelas e nem poderia deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só mais um crítico, aparentemente atento. E ele sabia dar nomes aos bois que pastavam tranquilamente no orçamento da união, que se espreguiçavam impunemente sob a sombra da imunidade parlamentar ou de leis feitas em benefício próprio. E que, de tempos em tempos, se refrescavam nas águas eleitoreiras.

O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada. Vi uma bandeira três em disparada.

Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel escuro, o condutor falante sugeriu um “dia sem corrupção”.

-- Já pensou -- disse ele -- se uma vez por ano esses homens não roubassem?
-- Interessante -- a exclamação me escapou aos lábios.
-- Sim -- continuou entusiasmado --, seria uma economia e tanto.

Nessa hora, me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho mais longo para o meu destino. Chegava a ser irracional a quantia de voltas para acertar o rumo. Deixei.

-- Os economistas comentam -- tagarelava ele -- que somos um país rico. Não deveria existir déficit da previdência, os impostos nem precisariam ser tão altos, o serviço público poderia ser de primeira. O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo, tamanha a roubalheira.

Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado para deputado ou senador na última eleição? Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não. Pena.

Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de plantão tecer mais comentários sobre o malfeito.

-- Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que deveriam pensar em quem tem pressa, acham que são os donos do pedaço e vão embicando seus carros, furando fila, costurando de uma faixa a outra, querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam. Mas eles fazem vista grossa para as vans que transportam pessoas ilegalmente. Elas param onde querem, estão tomando os nossos passageiros. Como não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente prefere ir de van.

Por falar em “caro”, a interminável corrida já estava me saindo um absurdo... Resolvi pontuar algumas coisas.

-- Por que o senhor escolheu o caminho mais longo?

Ele tentou se justificar:

-- É que eu estava fugindo do congestionamento.
-- Mas acabamos caindo no pior deles -- retruquei. E por que o senhor está usando bandeira três se não tenho bagagem no porta-malas nem é feriado hoje? -- continuei questionando.

Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de passageiro na volta. Claro que não, eu sabia.

Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um teste com o “probo” cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal. Ele me devolveu o troco a menos e disse que o seu talão de notas havia acabado.

-- Veja como são as coisas, seu moço -- emendei. O senhor veio de lá aqui destilando a ira de um trabalhador honesto. No entanto, se aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade, empurrou uma bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu voltas, fingiu que me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal!

O brasileiro esperto quis interromper, mas era minha vez de falar.

-- O senhor acha mesmo que ladrões são aqueles que estão em Brasília? Que diferença há entre o senhor e eles?

Eu sabia que estava correndo risco de uma reação violenta, mas não me contive. Os “homens” do Planalto Central são o extrato fiel da nossa sociedade. Quantos taxistas desse porte vemos dirigindo instituições? Bons de discursos... Na prática...

Desembarquei com a lição latejando em mim. Quantas vezes, como fez esse taxista, usamos espelho apenas como retrovisor para reter histórias alheias? Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas, onde estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho?

Sem a verdade que liberta, jamais estaremos livres de nós mesmos. Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha própria cara.


Delis Ortiz é jornalista, repórter especial da TV Globo, em Brasília. É mãe de Brenda e Bianca, e avó de Gabriel e Stella. É membro da Igreja Presbiteriana do Planalto.

sábado, 1 de maio de 2010

Não aceite favores em troca da sua integridade


Comecei a trabalhar tinha 12 anos. Meu primeiro emprego foi de balconista em um armazém. Sentia-me orgulhoso por poder entregar todo o meu salário no fim do mês a minha mãe para ajudar a pagar as contas de casa. Passei a estudar à noite, o que não foi muito bom para o meu desenvolvimento escolar, matava muitas aulas e acabei perdendo um ano.

Minha diversão favorita, além do futebol, era ir ao cinema. Sempre que podia e ganhava alguma gorjeta, assistia aos filmes. Certo dia, fui ao cinema. Quando ia comprar a entrada o porteiro me chamou. “Você trabalha no armazém perto do mercado?” Não entendo o porquê de sua pergunta, respondi: “Sou eu mesmo”. Para minha surpresa o porteiro me disse: “Não precisa comprar entrada, entre. Aqui você nunca vai pagar para assistir filme”. Agradeci muito feliz e fui assistir a película. Daí em diante, não perdia um filme. “De graça até injeção na testa”.

O porteiro tornou-se meu amigo e passou a fazer suas compras comigo. Não demorou muito e entendi o verdadeiro propósito de tanta amizade. Em um sábado, ele trouxe a sua lista de compras como sempre. Quando lhe dei o total da despesa, ele disse: “Puxa! Esqueci a carteira em casa. Posso levar as compras e pagar na segunda-feira?” Eu estava preso como um passarinho na gaiola do caçador. Não tive coragem para dizer não. Ele levou as compras e não voltou para pagar. Na verdade, ele voltou para comprar e novamente não pagou.

Eu não era o dono do armazém, estava agindo erradamente, mas não sabia como dar fim naquela situação. Parei de ir ao cinema, mas não adiantou. Conversar com meus pais nem pensar, mamãe me daria uma bela surra. O patrão me mandaria embora na mesma hora se soubesse. Sem ter um amigo confiável para me abrir, continuei a vender sem receber. Não sabia como dizer não ao porteiro.

Ele comprou outra vez e não pagou. Um colega de trabalho viu tudo. Denunciou-me ao gerente. Este me chamou no escritório, chamou-me de cafajeste, ladrão e outros nomes. Disse que não me mandaria embora por consideração a minha família. A única coisa que fiz foi chorar. Fui transferido para outra loja, porém nunca pisei lá de tanta vergonha. Todos os dias, eu levantava na mesma hora, saía para o trabalho, entretanto, ficava perambulando pelas ruas da minha cidade até o horário da escola noturna. Por três meses fiquei arrasado.

Lembrei do Deus a quem mamãe servia. Resolvi ir à igreja. A mensagem tocou-me profundamente. Pedi ajuda a Deus. Entreguei-me a Jesus. Confessei todo o ocorrido para minha mãe. Ela ao invés de repreender-me e me bater, me abraçou e chorou comigo. Um diácono da igreja soube do ocorrido e me deu um novo emprego em um supermercado. Voltei a sorrir.

Com a ajuda de Deus, voltei ao meu antigo emprego, procurei o gerente e lhe pedi perdão. Fui até o cinema e disse ao porteiro que eles estavam esperando pelo pagamento das contas. Nunca mais aceitei favores em troca da minha integridade.
Preletor: Dr. Silmar Coelho
(em nome de Sergio Dias - Lider Marcados)